sábado, 10 de julho de 2010

Uma boa síntese.

Seriam necessárias muitas horas de vídeo para representar toda a riqueza da teoria escrita ao longo de muitos anos por Jean Piaget. São dezenas de conceitos que modificaram radicalmente o nosso olhar para o desenvolvimento cognitivo, desde o nascimento até a idade adulta.
Infelizmente, a popularização da teoria piagetiana, ou da epistemologia genética, como é conhecida, se deu ressaltando apenas uma parte dos seus achados, que foram a sucessão dos estágios do desenvolvimento. Esse "setor" da teoria, denominado de aspectos estruturais, já que os estágios são grandes estrtuturas cognitivas, resultantes da interação do sujeito com o mundo à sua volta, tem sido repensado com as recentes descobertas, principalmente as relativas às competências dos recém nascidos.
Já os chamados as pectos funcionais, que, como o próprio termo indica, referem-se ao funcionamento cognitivo, tem uma menor popularidade, resultando, portanto, numa compreensão parcial, e por vezes equivocada, daquilo que era o verdadeiro objetivo do suíço Jean Piaget: compreender como se dá o conhecimento.
O vídeo postado abaixo traz alguns desses conceitos importantes e seus desdobramentos em outros campos do desenvolvimento cognitivo, como a aquisição da líguagem escrita. Para quem quiser conhecer com mais profundidade os conceitos piagetianos, fundamentais para uma melhor apropriação da idéias construtivistas, o livro ao lado deve ser um companheiro de todas as horas.


Construtivismo na prática.

Quem transita há algum tempo no campo da educação básica sabe que a implantação do construtivismo nas nossas escolas veio acompanhada de uma série de interpretações apressadas e errôneas do que a teoria "recomendava" para a prática pedagógica. Dentre esses equívocos, a idéia de espontaneidade, ou seja, a criança deveria construir seu conhecimento por conta própria, com pouca ou nenhuma interferência do(a) professor(a), foi uma das mais populares e de consequências mais negativas para a aprendizagem dos escolares.
Passados alguns anos, essas distorções têm sido corrigidas, mas a verdade é que ainda paira sobre a mente daqueles que se propõem construtivistas, um leque muito amplo de dúvidas sobre o que caracteriza realmente essa maneira de pensar o ensino e a aprendizagem.
Obviamente, não tenho a pretensão de esgotar a discussão. Seria uma empreitada de longo prazo, diante da qual também não me sinto preparado. Entretanto, esse pequeno vídeo, parte de uma série produzida pela revista Veja, para caracterizar alguns tipos de escola, traz um conjunto de situações bastante ilustrativas de como funciona uma escola construtivista. Devemos observar, que a história de aprender por si só, não ganha eco nestas práticas que aparecem na matéria a seguir. O professor construtivista, embora não seja totalmente diretivo, como os professores ditos tradicionais, deve saber o que fazer a cada momento da sua intervenção pedagógica, o que requer um amplo conhecimento sobre a teoria, sobre o desenvolvimento cognitivo, sobre a sua área de ensino e sobre o mundo em geral.
Uma boa leitura sobre o tema, é o livro da Maria da Glória Seber, que aparece ao lado. Infelizmente, se encontra fora de catálogo, mas os interessados podem encontrar em alguma biblioteca ou sebo.